Tentativa de censura prévia
Carta Aberta ao Reitor da Universidade do Porto
A Universidade do Porto deve escrutinar os eventos que organiza e promover o conhecimento baseado em Ciência
Tal como anunciado no site da Universidade do Porto e noticiado na imprensa, decorrerá nos próximos dias 7 e 8 de Setembro na Faculdade de Letras dessa Universidade uma conferência intitulada “Basic science of a changing climate: how processes in the sun, atmosphere and ocean affect weather and climate”. A coberto deste interessante título que sugere um campo científico reconhecido, esta conferência é afinal organizada por um conhecido lobby negacionista das alterações climáticas, o auto-denominado “Independent Committee on Geoethics”, e reunirá no Porto negacionistas de vários países, sendo presidida por Maria Assunção Araújo, professora daquela faculdade. Nas suas próprias palavras para a imprensa Maria Assunção Araújo é explícita: “Não me interessa ter cá alguém a dizer que a causa das alterações climáticas é o CO2”.
A expressão ‘alterações climáticas’ recobre actualmente sentidos distintos. Não ignorando que à grande escala temporal ela tem significados próprios, não é possível hoje negar o consenso generalizado dentro da comunidade científica de que as actuais alterações climáticas a que estamos a assistir, são causadas pelas acções com origem humana. É um consenso científico que atravessa várias áreas de conhecimento, e abarca cientistas de todos os continentes. Existe um aquecimento inequívoco do planeta, não apenas simulado ou previsto, mas medido. A emissão de gases com efeito de estufa de origem na acção humana, o mais relevante dos quais o dióxido de carbono, é a principal razão para este aquecimento e provém maioritariamente do uso de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), mas também de outras fontes como a desflorestação e a agropecuária. Esta asserção ficou bem patente no último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas)1. O aquecimento do planeta está a modificar todos os tipos de climas, com efeitos variados e gravosos em todos os ecossistemas do planeta e impactos em praticamente todas as organizações humanas como as conhecemos hoje. A este conjunto de alterações convencionou-se chamar alterações climáticas. Organizações internacionais como o IPCC, que integra 195 países como membros e conta com a colaboração de milhares de cientistas em todo o mundo, têm alertado para a urgência da adopção de medidas no combate ao aquecimento global, sendo de extrema importância a sensibilização e mobilização de todos os setores da sociedade.
Os signatários da presente carta aberta, cientistas e trabalhadores em Ciência, vêm expressar o seu protesto pelo facto de a Universidade do Porto, a que V.Exa. preside, promover uma conferência que vem favorecer a desinformação, credibilizando ideias políticas que visam travar as acções para se conseguir obter a estabilização climática do planeta durante este século. Estas ideias cientificamente infundadas - a que se dá o nome de negacionismo -, em vez de esclarecerem e sensibilizarem para as alterações climáticas, não pretendem mais do que criar dúvidas sem qualquer fundamento ou método científico. Não somos alheios às tácticas frequentemente utilizadas por este tipo de organizações negacionistas, que utilizam o espaço da democracia para tentar polarizar a sociedade e ganhar espaço mediático, criando uma polémica artificial e errada, invocando censura e vitimizando-se no processo. Também não estranhamos a realização deste evento coincidindo com a data da Marcha Mundial do Clima, a realizar no próximo dia 8 de setembro, em que manifestações sairão às ruas por todo o mundo, e em Portugal também, para exigir acções concretas para travar a espiral de descontrolo que têm sido as últimas décadas em termos de eventos climáticos extremos e aquecimento do Planeta.
Sendo uma universidade pública e uma das maiores produtoras de Ciência em Portugal, à Universidade do Porto impõe-se o escrutínio dos eventos que acolhe. Esta instituição, pela responsabilidade que tem em divulgar o conhecimento informado, não deve emprestar o nome e dar credibilidade à negação da Ciência e do Conhecimento, mas antes promover o conhecimento científico sobre as alterações climáticas, seguindo as boas práticas científicas internacionais.
Os subscritores
1. Adélio Mendes, Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto
2. Alda de Sousa, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto
3. Alexandra Monteiro, Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, Universidade de Aveiro
4. Ana Monteiro, Faculdade de Letras, Universidade do Porto
5. Ana Pinheiro, CIBIO, Universidade do Porto
6. Anabela Carvalho, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho
7. António Piedade, comunicador de ciência
8. António Gomes da Costa, Associação Portuguesa de Comunicação de Ciência (SciComPT)
9. Bruno Pinto, Centro de Ciências do Mar e Ambiente, Universidade de Lisboa
10. Carla Amado Gomes, Faculdade de Direito, Universidade de Lisboa
11. Carlos Borrego, Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, Universidade de Aveiro
12. Carlos Fiolhais, Departamento de Física, Universidade de Coimbra
13. Carlos Sousa Reis, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
14. Catarina Pereira, Comunidade Céptica Portuguesa (COMCEPT)
15. David Marçal, Agência Ciência Viva
16. Diana Barbosa, COMCEPT
17. Eduardo Ferreira, Universidade de Aveiro
18. Fernando Lima, CIBIO, Universidade do Porto
19. Filipe Duarte Santos, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
20. Francisco Ferreira, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa
21. Gil Penha-Lopes, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
22. Helena Freitas, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra
23. Helena Martins, Swedish Meteorological and Hydrological Institute
24. Inês Farias, Instituto Português do Mar e da Atmosfera
25. Isabel Ribeiro, Instituto de Ciências e Tecnologias Ambientais, Universidade Autónoma de Barcelona Ivone Fachada, SciComPT
26. Joana Lobo Antunes, SciComPT
27. Joana Lourenço, Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, Universidade de Aveiro
28. João Camargo, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa
29. João Ferrão, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa
30. João Monteiro, Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, Universidade de Lisboa e Universidade Técnica de Lisboa
31. João Peças Lopes, Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto
32. Joaquim Sande Silva, Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra
33. Jorge Paiva, Centro de Ecologia Funcional do Departamento de Botânica, Universidade de Coimbra
34. José da Silva, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
35. José Manuel Mendonça, Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto
36. José Pissarra, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
37. José Saldanha Matos, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa
38. José Vítor Malheiros, SciComPT e consultor
39. Júlia Seixas, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa
40. Leonor Abrantes, COMCEPT
41. Luís Carvalho Pereira, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
42. Luís Ribeiro, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa
43. Luísa Schmidt, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa
44. Manuel Carlos Silva, Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, Universidade do Minho
45. Manuel Sobrinho-Simões, IPATIMUP
46. Margarida Robaina, Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo, Universidade de Aveiro
47. Maria Eduarda Gonçalves, ISCTE, Instituto Universitário de Lisboa
48. Maria Isabel Amorim, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
49. Maria João Santos, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
50. Marta Daniela Santos, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa Nuno Fragoso Lopes, COMCEPT
51. Nuno Ferrand de Almeida, CIBIO, Universidade do Porto
52. Paula Tamagnini, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
53. Paulo Talhadas Santos, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
54. Pedro Bingre do Amaral, Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra Pedro Esteves, CIBIO, Universidade do Porto
55. Pedro Macedo, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
56. Pedro Matos Soares, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
57. Pedro Nunes, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
58. Pedro Prista, ISCTE, Instituto Universitário de Lisboa
59. Pedro Russo, Department of Science Communication and Society, Universidade de Leiden Rodrigo Proença de Oliveira, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa
60. Rui Cortes, Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas, Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro
61. Sílvia Castro, SciComPT
62. Susana Freitas, Departamento de Ecologia e Evolução, Universidade de Lausanne
63. Susana Pereira, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
64. Teresa Lago, Departamento de Física e Astronomia, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
65. Victor Vasconcelos, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
1
Stocker et al (21013) In: Climate Change 2013: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change, disponível em http://www.ipcc.ch/pdf/assessment- report/ar5/wg1/WG1AR5_TS_FINAL.pdf
Tal como anunciado no site da Universidade do Porto e noticiado na imprensa, decorrerá nos próximos dias 7 e 8 de Setembro na Faculdade de Letras dessa Universidade uma conferência intitulada “Basic science of a changing climate: how processes in the sun, atmosphere and ocean affect weather and climate”. A coberto deste interessante título que sugere um campo científico reconhecido, esta conferência é afinal organizada por um conhecido lobby negacionista das alterações climáticas, o auto-denominado “Independent Committee on Geoethics”, e reunirá no Porto negacionistas de vários países, sendo presidida por Maria Assunção Araújo, professora daquela faculdade. Nas suas próprias palavras para a imprensa Maria Assunção Araújo é explícita: “Não me interessa ter cá alguém a dizer que a causa das alterações climáticas é o CO2”.
A expressão ‘alterações climáticas’ recobre actualmente sentidos distintos. Não ignorando que à grande escala temporal ela tem significados próprios, não é possível hoje negar o consenso generalizado dentro da comunidade científica de que as actuais alterações climáticas a que estamos a assistir, são causadas pelas acções com origem humana. É um consenso científico que atravessa várias áreas de conhecimento, e abarca cientistas de todos os continentes. Existe um aquecimento inequívoco do planeta, não apenas simulado ou previsto, mas medido. A emissão de gases com efeito de estufa de origem na acção humana, o mais relevante dos quais o dióxido de carbono, é a principal razão para este aquecimento e provém maioritariamente do uso de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), mas também de outras fontes como a desflorestação e a agropecuária. Esta asserção ficou bem patente no último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas)1. O aquecimento do planeta está a modificar todos os tipos de climas, com efeitos variados e gravosos em todos os ecossistemas do planeta e impactos em praticamente todas as organizações humanas como as conhecemos hoje. A este conjunto de alterações convencionou-se chamar alterações climáticas. Organizações internacionais como o IPCC, que integra 195 países como membros e conta com a colaboração de milhares de cientistas em todo o mundo, têm alertado para a urgência da adopção de medidas no combate ao aquecimento global, sendo de extrema importância a sensibilização e mobilização de todos os setores da sociedade.
Os signatários da presente carta aberta, cientistas e trabalhadores em Ciência, vêm expressar o seu protesto pelo facto de a Universidade do Porto, a que V.Exa. preside, promover uma conferência que vem favorecer a desinformação, credibilizando ideias políticas que visam travar as acções para se conseguir obter a estabilização climática do planeta durante este século. Estas ideias cientificamente infundadas - a que se dá o nome de negacionismo -, em vez de esclarecerem e sensibilizarem para as alterações climáticas, não pretendem mais do que criar dúvidas sem qualquer fundamento ou método científico. Não somos alheios às tácticas frequentemente utilizadas por este tipo de organizações negacionistas, que utilizam o espaço da democracia para tentar polarizar a sociedade e ganhar espaço mediático, criando uma polémica artificial e errada, invocando censura e vitimizando-se no processo. Também não estranhamos a realização deste evento coincidindo com a data da Marcha Mundial do Clima, a realizar no próximo dia 8 de setembro, em que manifestações sairão às ruas por todo o mundo, e em Portugal também, para exigir acções concretas para travar a espiral de descontrolo que têm sido as últimas décadas em termos de eventos climáticos extremos e aquecimento do Planeta.
Sendo uma universidade pública e uma das maiores produtoras de Ciência em Portugal, à Universidade do Porto impõe-se o escrutínio dos eventos que acolhe. Esta instituição, pela responsabilidade que tem em divulgar o conhecimento informado, não deve emprestar o nome e dar credibilidade à negação da Ciência e do Conhecimento, mas antes promover o conhecimento científico sobre as alterações climáticas, seguindo as boas práticas científicas internacionais.
Os subscritores
1. Adélio Mendes, Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto
2. Alda de Sousa, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto
3. Alexandra Monteiro, Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, Universidade de Aveiro
4. Ana Monteiro, Faculdade de Letras, Universidade do Porto
5. Ana Pinheiro, CIBIO, Universidade do Porto
6. Anabela Carvalho, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho
7. António Piedade, comunicador de ciência
8. António Gomes da Costa, Associação Portuguesa de Comunicação de Ciência (SciComPT)
9. Bruno Pinto, Centro de Ciências do Mar e Ambiente, Universidade de Lisboa
10. Carla Amado Gomes, Faculdade de Direito, Universidade de Lisboa
11. Carlos Borrego, Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, Universidade de Aveiro
12. Carlos Fiolhais, Departamento de Física, Universidade de Coimbra
13. Carlos Sousa Reis, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
14. Catarina Pereira, Comunidade Céptica Portuguesa (COMCEPT)
15. David Marçal, Agência Ciência Viva
16. Diana Barbosa, COMCEPT
17. Eduardo Ferreira, Universidade de Aveiro
18. Fernando Lima, CIBIO, Universidade do Porto
19. Filipe Duarte Santos, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
20. Francisco Ferreira, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa
21. Gil Penha-Lopes, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
22. Helena Freitas, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra
23. Helena Martins, Swedish Meteorological and Hydrological Institute
24. Inês Farias, Instituto Português do Mar e da Atmosfera
25. Isabel Ribeiro, Instituto de Ciências e Tecnologias Ambientais, Universidade Autónoma de Barcelona Ivone Fachada, SciComPT
26. Joana Lobo Antunes, SciComPT
27. Joana Lourenço, Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, Universidade de Aveiro
28. João Camargo, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa
29. João Ferrão, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa
30. João Monteiro, Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, Universidade de Lisboa e Universidade Técnica de Lisboa
31. João Peças Lopes, Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto
32. Joaquim Sande Silva, Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra
33. Jorge Paiva, Centro de Ecologia Funcional do Departamento de Botânica, Universidade de Coimbra
34. José da Silva, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
35. José Manuel Mendonça, Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto
36. José Pissarra, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
37. José Saldanha Matos, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa
38. José Vítor Malheiros, SciComPT e consultor
39. Júlia Seixas, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa
40. Leonor Abrantes, COMCEPT
41. Luís Carvalho Pereira, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
42. Luís Ribeiro, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa
43. Luísa Schmidt, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa
44. Manuel Carlos Silva, Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, Universidade do Minho
45. Manuel Sobrinho-Simões, IPATIMUP
46. Margarida Robaina, Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo, Universidade de Aveiro
47. Maria Eduarda Gonçalves, ISCTE, Instituto Universitário de Lisboa
48. Maria Isabel Amorim, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
49. Maria João Santos, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
50. Marta Daniela Santos, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa Nuno Fragoso Lopes, COMCEPT
51. Nuno Ferrand de Almeida, CIBIO, Universidade do Porto
52. Paula Tamagnini, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
53. Paulo Talhadas Santos, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
54. Pedro Bingre do Amaral, Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra Pedro Esteves, CIBIO, Universidade do Porto
55. Pedro Macedo, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
56. Pedro Matos Soares, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
57. Pedro Nunes, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
58. Pedro Prista, ISCTE, Instituto Universitário de Lisboa
59. Pedro Russo, Department of Science Communication and Society, Universidade de Leiden Rodrigo Proença de Oliveira, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa
60. Rui Cortes, Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas, Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro
61. Sílvia Castro, SciComPT
62. Susana Freitas, Departamento de Ecologia e Evolução, Universidade de Lausanne
63. Susana Pereira, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
64. Teresa Lago, Departamento de Física e Astronomia, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
65. Victor Vasconcelos, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
1
Stocker et al (21013) In: Climate Change 2013: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change, disponível em http://www.ipcc.ch/pdf/assessment- report/ar5/wg1/WG1AR5_TS_FINAL.pdf